Bangkok é internacionalmente conhecida por oferecer, tanto a seus moradores, quanto a quem a visita, um dos melhores e mais variados cardápios de comida de rua do mundo.
Se você é o tipo de viajante para quem a comida faz toda diferença na experiência – eu te entendo perfeitamente, eu sou assim –, vai ter trabalho para escolher suas apostas. Afinal, seria possível passar semanas almoçando e jantando diariamente em diferentes lugares e, ainda assim, você estaria longe de provar todas as opções de comida de rua em Bangkok.
Nós mesmos não tivemos tantas oportunidades assim. Em primeiro lugar, porque tivemos poucos dias. Além disso, um dos desafios de viajar com adolescentes é balancear a atração deles por fast food ocidental e a aversão por experimentar opções exóticas.
Bem, em alguns casos, não se pode culpá-los, porque em Bangkok, o exotismo vai um pouco fundo demais. Você vai entender logo adiante.
Nest post, vamos contar um pouco do que provamos. E algumas opções que, por enquanto, podem integar a lista de experiências para a próxima viagem a Bangkok, em janeiro (2025).
Ramen japonês
Já na noite em que chegamos, escolhemos jantar no Ippudo, que integra uma cadeia de restaurantes japoneses espalhados pela Ásia.
A especialidade deles é o ramen mergulhado em caldo especial cozido por 18 horas com legumes, especiarias e carne de porco.
O resultado é um prato levemente apimentado, com alimentos sólidos em caldo quente. Delicioso. Comemos na unidade localizada em Siam Paragon (veja quadro abaixo).
Injera etíope
No caso da cozinha etíope, embora pouco comum em outros lugares, trata-se de uma opção com a qual a família toda tem ligações sentimentais. Explico.
Em 2005, Priscila viveu por alguns meses na Etiópia. Aprendeu lá a apreciar a injera, um grande crepe de farinha de tef, fermentada. Ele vem com acompanhamentos – guisados de carnes, grãos, legumes, verduras. Os etíopes comem a injera com as mãos, num prato coletivo.
Eu provei injera pela primeira vez quando reencontrei Priscila, naquele mesmo ano de 2005, no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia. Posteriormente, os meninos aprenderam a saborear a iguaria em Nova York. Havia um restaurante etíope bem próximo do Teachers College, na Columbia, one Priscila fazia o doutorado.
Por todas essas ligações sentimentais, sempre que encontramos um etíope em qualquer lugar do mundo, fazemos pelo menos uma refeição lá. O prato tem aromas e sabores picantes que despertam os sentidos, além das memórias afetivas.
Comida de rua
Inegavelmente, quem passa por Bangkok deve provar o tradicional Mango Sticky Rice, que já mencionamos no post sobre o mercado de Chatuchak.
Trata-se de uma sobremesa, talvez a mais popular da tailândia. Você certamente a encontra em todos os lugares. Até na praça de alimentação do aeroporto.
Nós a comemos numa barraquinha do mercado de rua de Chatuchak. O arroz, cozido sem cebola, alho e sal, é servido com calda de coco doce, castanhas picadas e manga doce cortada em cubos.
Antes que me acusem de sabotar dietas, adianto: é preciso muita maturidade para não repetir várias vezes.
Em Chinatow, Luca se aventurou também no patonggo, uma espécie de bolinho de chuva frito, servido com calda de leite condensado. É possível escolher entre a calda regular e a verde, que ganha essa cor ao ser misturada com a matcha, o chá verde popular na região.
Temperos e pimentas
Se você gosta de pimenta, precisa tomar muito cuidado na Tailândia.
Quem não gosta, normalmente já se antecipa ao fazer o pedido. Explica que quer a comida sem pimenta. Acontece muito na família com Priscila e Caio.
Para quem gosta, porém, o perigo é maior.
Eu e Luca nos enquadramos nesse grupo. Sempre ficamos tentados a provar. Só que a pimenta na Ásia não é para fracos.
Nunca tinha acontecido comigo… Em Bangkok, pela primeira vez, eu não consegui comer um prato da culinária malaia que tinha caldo de curry amarelo.
Era um troço de fazer baiano chorar, sério.
Comidas exóticas
O endereço mais icônico para provar comidas exóticas é a Khao San Road. Mas não é o único. Nós passamos por barraquinhas de rua espalhadas por outros pontos cidade.
Faltou, porém, coragem para provar.
Pelo menos desta vez. Vai ficar aqui, além da descrição das iguarias, o compromisso de provar alguns desses quitutes na nossa próxima visita à Tailândia, em janeiro (2025).
Por enquanto, você pode se divertir com as descrições do que me aguarda.
Lista de quitutes exóticos:
- Besouro aquático – Sério, lembra uma barata. Pode ser frito com ervas aromáticas ou grelhado.
- Bicho da seda – Pode ser cozido num caldo aromático, ou frito em óleo.
- Cigarra – Pode ser frita ou assada. O povo diz que parece pipoca.
- Camarão vivo – O pobre camarão ainda vivo é temperado com especiarias tailândesas, cebola, cominho e limão – o que faz com que ele pule feito louco. Para evitar que a entradinha saia passeando pela mesa, ele vem servido num pote com tampa.
- Espetinho de Escorpião – É, de longe, o mais famoso dos pratos exóticos. Frito em imersão, fica crocante.
- Gafanhoto – Frito em imersão e temperado com um misto de temperos exóticos.
- Girino em desenvolvimento – Pode ser assado na folha da banana, ou cozido no vapor com ervas. Parece bem nojento.
- Jacaré assado – Pensa um troço feio de ver, o bicho inteiro, assado na chucarresqueira, como se fosse um leitãozinho, só que é um jacaré.
- Kai Khao – Para mim, de longe, o mais inconcebível de todos. Trata-se de um ovo de pato, mas quando você quebra a casa, tem um feto de patinho dentro.
- Ovas de formiga vermelha – São colhidas do formigueiro e temperadas com limão, ervas e pimenta. Os entendidos dizem que lembra o caviar.
- Tarântula – Frita em óleo e temperada com especiarias.
- Verme de bambu – Parece uma minhoca de Itu. Frito em imersão, é servido em porções com especiarias.
Promessa?
Entendeu a falta de coragem? Então, eu não prometo provar tudo o que está nessa lista, ok.
Vamos ver o que o coração aguenta. Um prato que já deixei de fora até da lista, porque certamente não vou encarar, é o sangue fresco de porco, que é bebido como uma sopa, misturado com especiarias. Nem pensar.
Planeje a sua comilança
- O Ippudo tem vários restaurantes em Bangkok. Você pode consultar endereços e cardápio no site da cadeia.
- Antes de comer o escorpião negro, certifique-se de que o ferrão foi retirado da cauda.
- A Khao San Road é um endereço central de muitas possibilidades turísticas. Durante o dia, compras; à noite, bares, clubes noturnos, comida de rua… Você decide.
- O Taye Ethiopian Restaurant não tem website, mas fica na Nana Tai Alley, Khlong Toei Nuea, Watthana, Bangkok. É um restaurante simples, não precisa de reserva. Basta chegar. Link no Google Maps.
No próximo e último post sobre Bangkok, um passeio por Chinatown.
Leia também
– Quatro ângulos das muitas faces da cidade de Bangkok
– Chatuchak: o maior mercado de rua do mundo
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